quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Quase dois meses de Davi e já sinto que aquela vida ficou tão velha e sem sentido... Minha grande preocupação era diminuir as celulites, manter a tinta do cabelo em dia, marcar hora na manicure. Agora? Se ele fez cocô, quais roupas não cabem mais, o horário do pediatra...Quanta diferença.
Diferença também nas experiências vividas.Quer amadurecer? Tenha um filho.
Logo que cheguei da maternidade, tive um início de depressão. Na verdade, uma graaaaaande depressão estava se instalando. Mas eu não podia nem me dar ao luxo disso. Eu sou a mãe. E essa palavrinha faz toda diferença. Muitas relações mudaram por conta do nascimento de Davi e, talvez, a mais dolorida foi com a família de Namorado. Defeitos relativamente fáceis de conviver se tornaram problemas horrorosos. Tudo começou já na primeira semana. Davi tinha uns tremores que eu considerava esquisito. Como a família de Namorado é formada quase 100% por médicos, pedi uma sugestão de pediatra. Indicaram a médica da sobrinha dele. Pois bem. Elas (minha sogra e minha cunhada)ligaram para a pediatra, anteciparam a consulta que eu já havia marcado e ainda me disseram que encontraram a moça casualmente no supermercado. Ficou obvio que elas estavam achando que era algo grave e o pior: não conversaram comigo e ainda passaram na minha frente e tomaram a rédea da situação.Chorei, briguei com Namorado e tive que engolir a raiva pra não criar um problema maior. No final, o tremor era naturalíssimo no recém nascido e some até os três meses.
O pior era quando iam visitar: faziam questão de trocar a fralda pra ver se estava assado ou com algum problema. E eu parecendo uma louca. Tentando ser o mais 'competente' possível. Só críticas. E sugestões, dicas e afins.
Acabei ficando tão estressada que tive uma hemorragia. Acho que de cansaço, raiva acumulada e frustração.
Chegou um ponto que já me dava calafrios quando sabia que minha cunhada ou minha sogra vinha nos visitar. O resultado disso tudo é que hoje nossa relação é extremamente formal.
Outra faceta que descobri da minha sogra é a inveja. Ela ficou nos primeiros 15 dias vindo aqui em casa diariamente. Ela futucava minhas coisas, perguntava onde comprei que móveis, almofadas e outros coisas e, por fim, copiou até o armário da área de serviço pra fazer um igual. Sem noção.
Dava ordem nas empregadas e quando uma delas disse que não ia cozinhar determinado prato porque eu não gostava ela disse que era pra fazer sim, porque o filho dela gostava.
Tô louca ou isso é o fim?
Tudo que eu falo é motivo de crítica ou comentário contrário. Se eu vejo verde, eles dizem que é azul e vive-versa. A inveja está tão generalizada que uma das minhas cunhadas reformou o quarto dela e copiou o meu quarto de solteira. Mesma cor de parede, objeto de decoração. E fala com a cara mais deslavada.que vai fazer ‘igual ao seu quarto’.
A gota d’água foi o marido da minha cunhada que foi no MEU apartamento, olhou a marca e como foi feito o MEU banheiro social e COPIOU TUDO. Vocês acreditam?
Eu me sinto numa comédia de péssimo gosto.
Odeio que vejam minhas coisas, prestem atenção no que eu tenho. Meu apartamento foi feito com coisas legais não pra aparecer, ou mostrar. Fiz pra o meu prazer. Por mim, faria uma reforma por ano ou me mudaria e começaria tudo de novo.
Aff...
Não quero falar mais disso. Prefiro manter uma vibração melhor.
É isso. Deixa eu ir alimentar meu filho.
Eu volto.
Demoro mas volto.