quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Daí que segunda-feira Davi vai fazer um mês. Parece um ano. Parece que tem um ano que eu deixei minha velha vida de lado. Mas ainda sinto uma saudade...
Ainda não cheguei no paraíso...estou na fase de só padecer...
Teve de tudo nesse período: pré-depressão, decepção com a família de Namorado, choro e até-pasmem- uma ameaça de separação. Isso mesmo. Faltou uma respirada menos profunda para eu ir embora. Cheguei até a dizer que queria me separar. Namorado quase pirou.Eu tinha razão mas acabei passando dos limites...
Vou tentar começar do começo. Porque algumas lembranças já tem um mês e não quero que elas se percam.

O PARTO.
Na véspera estava muito sensível. Chorava ouvindo música, chorava andando de carro, chorava beijando Namorado. Estava com medo da saúde do bebê. Tudo porque na semana anterior, fui a uma consulta com o anestesista e ele, que é espírita, começou a falar do amor de mãe, de que filho é pra vida toda e que mesmo que ele nascesse com algum problema, sempre seria filho e deve ser amado. Achei que ele estava "recebendo alguma entidade" e me dando um recado. Pirei.
Vamos lá. Na vespéra fui hidratar, cortar e fazer uma escova no cabelo. Fiz algumas compras à tarde, passei na minha mãe, na minha sogra e só cheguei em casa às 22h. Ainda terminei de arrumar a mala e separar as lembrancinhas do hospital. Era pra eu dar entrada às 3h da manhã. Dormir? Nada. Apenas cochilei. Pegamos minha mãe e fomos pra maternidade. Minha irmã também foi e nos esperou lá.Eu estava calma. Tirei foto, bati papo, fiz piada. A enfermeira que me preparou pro parto era um doce. Me deixou calma.
Quando fui para a sala de parto, me despedi dei um beijo em todos e pedi pra Namorado não demorar. Me deu uma super tranquilidade saber que ele estaria ao meu lado.
Entrei.
Muita luz, cheiro forte e um medo na alma. Só que estava com a cara mais blasée do mundo. Como se estivesse indo para uma reunião social.
Mas na hora de deitar na cama...tremia tanto que o anestesista perguntou se eu estava com frio. Não.
Era medo.
Pavor.
A hora da anestesia. Rezei muito. Tive tanto medo de acertar alguma coisa, sei lá, a gente ouve tantos casos de erro médico...
O resto foi tudo muito rápido e só lembro de algumas passagens. Lembro Namorado me beijando, lembro dos médicos dizendo que estava perdendo muito sangue. Lembro o choro, lembro dele passando por mim e sendo limpo e pesado. É uma felicidade que nunca senti. É plena. É indescritível. Naquele momento não existe problema, medo, dúvida. Naquele momento...

(Queria continuar a postar, mas o dever me chama. Assim que puder, volto)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

DAVI nasceu. Mais especificamente no dia 27 de agosto, as 4h36 da manhã, pesando 3,7 kg e 51 cm. Pois é. Um super meninão. Namorado participou do parto, tirou foto de absolutamente tudo (inclusive minha barriga aberta mas não tive coragem de ver). Meu filho é lindo. A cara do pai. De mim, só restou talvez os olhos e um gênio forte.....
Para as que querem ser mães um consolo: parto cesárea não é nada do outro mundo. A anestesia é suportável, todas as coisas que dizem como barriga grande, muito sangue, resto de parto dá pra tirar de letra. Aliás você está tão anestesiada literalmente e emocionalmente que nada, absolutamente nada, é insuperável.
Meu problema foi chegar em casa com aquele pacotinho. Um medo, um desepero, nunca senti nada tão forte. Sinceramente (e que ninguem nos ouça)me arrependi trocentas vezes. Onde eu estava com a cabeça? Não dormir, não ter domínio sobre meu futuro. Nada. Somado a isso, meu perfeccionismo. Ainda me sinto pessima mãe porque não tenho jeito pra pegar no braço e nem consegui dar um banho. Fiquei muito fraca, perdi muito sangue durante o parto e semana passada tive uma hemorragia. Aliado a tudo isso, meu pequeno touro já está com mais de 4 kg e eu simplesmente não dou conta de dar banho na fera.
Minha sogra e a funcionária da minha mãe quebram esse galho pra mim.
Tenho mil coisas pra dizer. Inclusive de como o amor entre mãe e filho é uma construção. Pelo menos pra mim tem sido. Espero colocar meu mundo em ordem. Aliás, não.
Espero me colocar em ordem nesse novo mundo.
Eu volto. Me esperem.