terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Sexta-feira Astrid Fontinelle se despediu do comando do happy hour. Não estava dando certo ficar longe do marido a semana toda. Ela quer ter filho e tals, tá com 46 anos e tem que dar prioridade à possibilidade de ser mãe. Diz ela que não foi um ato pelo amor mas pela família. Enfim...
Aí fiquei me perguntando: quantos de nós temos essa coragem?
Mas coragem mesmo. Porque na teoria a gente pode tudo. “Por esse cara eu faço qualquer coisa”. “Sou louca pra ser mãe, é meu maior projeto”. Mas na prática....
Na prática ninguém paga pra ver.
A gente se esconde. Se esconde no morno, se esconde na rotina, na idéia que aquele trabalho chato, aquela relação mais ou menos é necessária pra sobreviver. Deve ser mesmo: sobreviver.
Porque viver de verdade implica riscos, implica dores, implica saltos que nem sempre a gente sabe qual a profundidade do fundo do poço.
Mas depois que, passa, independente do resultado, a gente se sente vencedora.
Minha mãe diz que eu sou uma inconformada. Devo ser mesmo. Prefiro arriscar, me jogar. Saber que as atitudes que tomo formam a estrada pra chegar até mim, até minha essência.
Os momentos em que mais sofri na vida foram aqueles em que não paguei pra ver. Os momentos mais engrandecedores foram aqueles em que fui e apostei todas as fichas. Isso não quer dizer que foram felizes. Alguns me renderam muuuuuuitas lágrimas. Mas quer saber? Sem nenhum arrependimento.
É isso que faz a diferença na vida. O risco, a aposta, o salto.
Parabéns pra Astrid e pra todos nós que acreditamos que ser feliz é um ato de coragem.

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