segunda-feira, 28 de abril de 2008

Eu sei que esse assunto está mais do que batido, houve uma overdose de informação mas é impossível não pensar sobre algumas coisas que o caso Isabella traz à tona.
Em primeiro lugar, me assusta muito o ódio que a população vem demonstrando. Claro, que não é pra ficar indiferente, mas a ira é assustadora. Fico com medo toda vez que vejo as pessoas se aglomerando na porta das casas ou da delegacia gritando, jogando coisas, com cartazes. Tão cheios de propriedade...
Como se em suas vidas estivesse tudo em ordem. Será que eles denunciam quando um parente seu espanca um filho ou bate na mulher? Será que eles se investem de tanta ira pra se indignar ao ver uma criança em um semáforo? Será que daqui a alguns anos eles estarão lutando contra a violência doméstica ou estão querendo apenas “aparecer na TV” em horário nobre?
Outra coisa que me assusta é o caso em si. Como assim? Como uma madrasta mata sua enteada e o pai prefere ficar ao lado da esposa e terminar o serviço? Como assim?
Lá atrás eu aprendi que pai e mãe vão estar conosco até o fim, nos protegendo, nos amparando, tornando nossa vida mais fácil.
E aí eu entro na parte que mais me assustou: será que ser pai é proteger, amparar e tornar a vida mais fácil até quando estamos errados? Sim, porque se tudo se confirmar é isso que o pai de Alexandre a Ana Carolina Jatobá estão fazendo. Eu fico impressionada como a vida desse Alexandre foi fácil. Nunca exerceu a advocacia porque já perdeu o exame da OAB três vezes, tinha carro novo na época da faculdade, tinha três filhos sem ao menos ter profissão definida, tinha um apartamento avaliado em R$ 250 mil. Quem pagava as contas? Pra quem ele ligou primeiro pra contar o que aconteceu? Quem resolve tudo pra ele?
Estou pensando em ter um filho. Pelo que sei, filho é presente não se escolhe. Por isso, não tenho como escolher que meu filho seja melhor que Alexandre. O que posso é entender mais o que é ser pai do que Antônio Nardoni.

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