sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Aí ontem eu saí pra jantar com um casal de amigos de Namorado. Particularmente, um dos casais que eu menos gosto. E ele é justamente o melhor amigo de Namorado. Não que eles sejam ruins. Pelo contrário. Eles são uns doces. Pessoas boas mesmo. Pra você ter uma idéia, ele reprovou no exame psicológico de um concurso porque só tinha 5% de agressividade. Ele tem menos agressividade que uma criança!!!
A mulher dele faz a mesma linha. Os dois são verdadeiramente almas gêmeas. O único problema deles é que adoram andar em bando. Quando eles nos chamam pra comer uma pizza na casa deles, “coisinha simples”, tem uma média de 50 pessoas. E essas sim, são super antipáticas. Sempre sou meio olhada de cima a baixo pelas mulheres gordas dos amigos deles. Sempre passo por situações constrangedoras.
Bom, enfim. A questão não é essa.
Estávamos lá, falando da cunhada do cara (casada com o irmão dele). De como, em menos de um ano de casamento, ela virou o inferno na família. De como ela é complicada, invejosa, etc, etc.
Aí a mulher do cara solta:
- Fulaninha, não gosta de ninguém.
E eu: - É?
- Ela fala mal de todo mundo.
- É?
- Já que eu tô abrindo o jogo, vou falar logo: ela até de você já falou.
(Pausa pra visualização)
Namorado e o amigo com caras de dor de barriga.
(Voltando...)
-Ela disse que aquela Lu é estranha né? E eu disse que não, que você era reservada, desconfiada mas era uma pessoa boa.
Eu sorri e mudei de assunto.
Desde ontem isso martela na minha cabeça. Porque nenhuma das duas estava errada. Eu sou estranha, reservada e desconfiada.
Elas só esqueceram uma coisa: eu tenho uma placa luminosa na minha testa com letras bem grandes POR FAVOR, ME FAÇAM DE IDIOTA!
Porque é esse o problema que permeou toda minha vida. Sempre tive pessoas ao meu redor que me queriam como um tapete, um trampolim, uma muleta.
Da minha única irmã até minhas amigas. Eu sempre fui boba. Sempre em nome do “amor” achava que tinha que fazer de tudo pelas pessoas.
Não, não caros amigos. Eu não sou a pobre coitada, o mundo não está contra mim.
A culpa é completamente minha.
E depois de todas as decepções eu me transformei na estranha, reservada e desconfiada.
Eu criei um muro.
Não é por mal, não é por ser ruim. Apenas estou tentando me reinventar, achar o equilíbrio entre me preservar e dar oportunidade para as pessoas fazerem parte da minha vida.
Ainda não consegui. E esse, é o grande desafio na minha vida. Resgatar aquela menina alegre, que acreditava no lado bom das pessoas.
Acreditar que alguém vai ser meu amigo, me dar a mão e seguir ao meu lado, apenas por gostar de mim.

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