terça-feira, 3 de junho de 2008

Vou começar te contando uma história. Sabe aquele namorado (o médico) que eu namorei longos cinco anos? Pois é. Eu me dava muito mal com a mãe dele. Simplesmente nossas energias não batiam e por mais que eu tentasse me esforçar, qualquer gesto de “bandeira branca” era visto como insulto, afronta ou ofensa. Um ia, o médico disse: “Minha mãe me disse que a gente nunca vai dar certo porque você é instável”. Foi a única vez que um comentário dela ficou sem resposta. Ela tinha razão.
Sempre fui assim. E comecei a analisar o porquê da minha instabilidade.

Eu tento me adequar. Eu tento querer o que todo mundo quer, gostar do que todo mundo gosta. Eu não consigo. Eu não gosto de novela, não sei fazer social. Nunca quis casar do modo tradicional. Decidi ir pra solenidade de colação de grau da minha formatura, três dias antes. Não tenho uma foto do dia. Eu não consigo me adaptar a padrões, a conceitos.
Você acha que eu gosto? Você acha que eu sou feliz assim? Engano ....

Queria ter como sonho formar família, envelhecer na cidade onde nasci, ir para um trabalho sem grandes desafios e pronto. Cumprir minha missão. Não consigo. Eu quero experimentar, conhecer novos sabores, novos cheiros, novas cores. Eu quero olhar esse meu mundo de fora e optar se eu quero continuar mesmo nele.

Você apareceu e eu me apaixonei. Na verdade, pulei essa história de paixão e fui logo amando mesmo. Por você lutei e luto todos os dias pra conseguir me adaptar. Pra ser feliz com aquilo que chamam de padrão. Um bom marido, filhos, uma casa bonita.
Como eu tento. Mas em semanas como essa simplesmente preciso tirar sangue de mim pra conseguir.

Uma amiga está chegando hoje da Nova Zelândia. Vêm passar um mês aqui. Estou rezando pra que ela não me convide pra voltar com ela. Estou rezando para que eu não me convide pra ir morar com ela.

Eu te amo. Isso é um fato. É um fato também que se eu for, eu volto. Mas meu medo, meu medo mesmo, é que se eu não for dessa vez, eu nunca fique de verdade aqui.

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