Ela conheceu ele quando tinha 12 anos. Estudavam na mesma classe e logo se tornaram melhores amigos. Naquela época ela acreditou que menino e menina podiam,sim, serem amigos. Ela era apaixonada pelo menino mais popular da escola e, claro, o menino nem sabia quem era ela. Ele? Nunca falou sobre meninas.

Passavam as férias juntos na fazenda de uma das colegas de classe. Sempre juntos. Um belo dia, numa tarde de chuva na fazenda, começaram a brincar de fazer cócegas um no outro. Sem nada previamente planejado, aconteceu o beijo. Era a primeira vez dos dois. Ela levou na brincadeira “pelo menos aprendo a beijar”. Ele não falava nada. Passaram assim uns 6 meses. Ela terminou tudo porque ele não era o popular da escola e ele mudou de sala.

Dezessete anos depois (isso mesmo!!!) ela recebe um email. Acha que conhece alguém com aquele nome e resolve ler a mensagem. Era ele dizendo que a encontrou através do orkut. Ela estava namorando há 3 anos mas sentiu um frio na barriga.

Mesmo assim teve medo, dúvida ou falta de esperança. Continuou o namoro morno até que depois de uns 6 meses, acabou. E mesmo assim ela não quis dar uma chance.


Ele ligava todas as semanas. Algumas vezes ela não atendia. Outras, recusava os convites com desculpas mais do que esfarrapadas. “Ta chovendo”, “Eu não saio dia de sexta”, “Vai passar um filme ótimo na televisão”.

Depois de exatos 11 meses e 17 dias, ela (por extrema carência) resolveu dar uma chance. No primeiro beijo alguma coisa aconteceu. Um ano depois, com planos pros próximos 50 anos (juntos) ela se pergunta porque tinha tanta preguiça de ser feliz. ..